A OMS nasceu no dia 7 de Abril de 1948, com uma visão clara e ambiciosa: um mundo em que todas as pessoas possam gozar do nível de saúde mais elevado possível.
Embora tenhamos feito enormes progressos nos últimos anos contra algumas das principais causas de doença e morte, ainda há muito trabalho a fazer para concretizar essa visão.
Hoje, há metade da população mundial que não tem acesso aos serviços essenciais de saúde. Há milhões de mulheres que dão à luz sem a assistência de uma parteira com a devida formação; há milhões de crianças que não são vacinadas contra doenças fatais e milhões de pessoas que sofrem e morrem, porque não conseguem fazer os tratamentos contra o VIH, tuberculose e paludismo.
Em 2019, isso é simplesmente inaceitável.
A boa notícia é que está a crescer um movimento para resolver essas desigualdades.
Em Outubro passado, assistimos a um compromisso muito importante relativamente à saúde para todos, no Cazaquistão, com a assinatura da histórica Declaração de Astana sobre cuidados de saúde primários.
Essa foi uma etapa fundamental. Os cuidados de saúde primários fortes e sustentáveis são o pilar da cobertura universal de saúde e a melhor defesa contra surtos e outras emergências de saúde.
Embora venham sempre a existir surtos e outras catástrofes com consequências sobre a saúde, o investimento em sistemas de saúde mais sólidos pode ajudar a evitá-los ou a minimizar as suas consequências.
No âmbito dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, todos os países se comprometeram a alcançar a cobertura universal de saúde (CUS) até 2030. Para que seja possível atingir essa meta, é necessário que mil milhões de pessoas passem a beneficiar da CUS nos próximos 5 anos.
Não se trata de um sonho impossível, nem serão necessários milhares de milhões de dólares para implementar a CUS. É possível atingir a CUS em todo o mundo, imediatamente, para todos nós.
A saúde para todos é possível, mesmo com sistemas de saúde que são menos perfeitos – há países com níveis de rendimentos muito diferentes que estão a fazer progressos com os recursos de que dispõem.
Na sexta-feira, dia 5 de Abril, os colegas da OMS juntaram-se a funcionários de organizações da área da saúde e do desenvolvimento em todo o mundo, para simbolizar o nosso compromisso comum em assegurar a saúde para todos, em qualquer parte.
Esse compromisso partilhado será fundamental, à medida que avançamos para a próxima etapa da caminhada mundial para a cobertura universal de saúde – na reunião de alto nível das Nações Unidas sobre Cobertura Universal de Saúde, em Nova Iorque, no final deste ano.
Nessa reunião, os líderes mundiais terão a oportunidade de demonstrar o seu compromisso com a CUS, assegurando que todas as mães poderão dar à luz em segurança, que todas as crianças sobreviverão para além dos cinco anos de idade e que ninguém morrerá pelo simples facto de ser pobre.
No momento em que comemoramos o Dia Mundial da Saúde, presto a minha homenagem aos agentes de saúde de todo o mundo que estão a trabalhar no sentido de promover a saúde, manter o mundo seguro e servir as pessoas mais vulneráveis. Agradeço em particular aos dedicados funcionários da OMS e aos nossos parceiros, que estão a trabalhar incessantemente, em condições extremas, incluindo na República Democrática do Congo, Moçambique e Iémen.